15 de setembro de 2009

A professora Ana Aires, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, escreveu para o articulista Hermes Oliveira e este incluiu em sua coluna Democratizando a Comunicação, o artigo intitulado “Está na hora de entendermos que docência é profissão”.
Tendo em vista a importancia do assunto tratado e o excelente texto elaborado pela Dra. Ana Aires, o Sistema JMA decidiu dá um destaque especial, incluindo esse material nessa nossa página na internet. José Maria Aves –Diretor Presidente


FIQUE SABENDO... “Está na hora de entendermos que docência é profissão”. Por Ana Aires, Professora da UFRN (Fonte: e-mail pessoal, em 10/09/2009).
Hermes como vai? Faz dias que busco um tempo para expressar opinião sobre a carta (edição 255) endereçada ao Didi (Renato Aragão), só agora encontrei. Sem querer desmerecer as verdades da carta, principalmente em relação à idéia equivocada da rede globo sobre o que seja "solidariedade" e o uso absurdo do sentimentalismo dos brasileiros, penso que é preciso refletir sobre algumas passagens e sutilezas da carta e se estou errada me esclareçam...
Primeiro em relação a minha área que é a “educação”. A empresária Eliane equivocou-se ao sugerir que a escolha dos profissionais da educação deva ser pela vocação, essa é uma visão conservadora que reforça a idéia de que ser professor/professora é uma função altruísta, assentada na abnegação, na complacência, no desapego, na renúncia, no voluntarismo. Está na hora de entendermos que a docência é profissão, deve ser bem remunerada, qualificada, prestigiada e que, acima de tudo, possui uma função social e humana das mais valiosas, a formação profissional, mas essencialmente, a construção de valores éticos com vista a contribuir para uma melhor sociedade.
A segunda coisa é a visão equivocada com que ela atribui todas as responsabilidades ao governo, especificamente, o federal. Penso que a construção de uma sociedade melhor não passa unicamente pelo desejo do presidente, embora não possamos canonizá-lo. A empresária Eliane se esquece de mencionar o legislativo, particularmente alguns deputados e senadores que hoje nada fazem, exceto discursos neo-moralistas e neo-udenistas, quando eles, de santo e de devoto a nação, nada tem. Sem esquecer o judiciário e a própria população. Não creio que somente educar os próprios filhos, como deixa entender a empresária, seja contribuir com uma sociedade melhor, embora educar bem os filhos seja imprescindível.
Penso, e isso é ponto de vista pessoal, que a carta da empresária fornece um conteúdo ideológico bem endereçado e é preciso ter cuidado. Concordo que devemos combater o discurso da rede globo, solidariedade não é isso que Didi e Cia pregam, mas esse discurso conservador e, pra mim, mal disfarçado da empresária também não cola. Ana Aires.

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José Maria Alves - Editor Geral