16 de outubro de 2008

SEQÜESTRO: Rapaz mantém namorada presa mais de 6O horas em São Paulo
O seqüestro iniciado segunda-feira manteve a Polícia paulistana ocupada ontem. O rapaz disse que vai libertar a garota São Paulo.
O auxiliar de produção Lindemberg Fernandes Alves, 22, completou mais de 60 horas mantendo sua ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel, 15, como refém no apartamento da família dela em Santo André (ABC).
Armado, Alves invadiu o apartamento por volta de 13h30 da última segunda-feira, onde a jovem e outros três adolescentes estavam estudando. Segundo a polícia, ele cometeu o crime pois estava inconformado com a separação de Eloá, ocorrida há um mês, após um namoro de três anos.
Dois amigos da jovem, Vitor Lopes e Iago, foram libertados na segunda à noite. Nayara Rodrigues da Silva foi solta às 22h45 de terça.
Os três têm 15 anos. Depois de libertar a moça, Alves passou a noite inteira sem falar com os policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar. Por volta das 7h, ele retirou uma toalha que cobria uma das janelas do apartamento, em um condomínio da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo), e voltou a falar com a polícia.
Alves falou com a PM por duas vezes durante a manhã de ontem, mas não concordou em libertar Eloá.
O auxiliar de produção e a ex-namorada fizeram aparições breves na janela do apartamento, por volta das 9h, às 10h50 e 12h10.
Diferentemente dos dias anteriores, quando atirou quatro vezes da janela, Alves não fez disparos. A mãe de Eloá, Cristina, desmaiou ao ver a filha aparecer na janela para, usando lençóis amarrados, içar comida.
A mãe do rapaz ficou boa parte do dia em um bloco anexo ao conjunto da CDHU. A polícia não deixou que as famílias interferissem na negociação.
Durante a tarde de ontem, Alves deu entrevistas, por telefone, para emissoras de TV, jornais e sites. Ele afirmou que soltaria a ex-namorada, mas sem dizer quando.
O rapaz também fez críticas à polícia. ´Ele [o policial que comanda as operações] fez uma besteira hoje. Eu falei para ele não se aproximar do apartamento.
De manhã cedo, nós estávamos cochilando. Ele apertou a campainha. Eu me assustei e quase atirei na menina´´, disse. Segundo o coronel Eduardo Félix, do Batalhão de Choque da PM, policiais foram ao apartamento porque o rapaz não atendia o telefone.
O coronel negou que a polícia tivesse tido a intenção de invadir o local. Entrevistas Em entrevista, Alves disse ainda que um dos quatro disparos foi efetuado porque Eloá quis tirar sua arma.
A ex-namorada também falou. ´Está tudo bem. Tudo que eu peço é para os policiais terem tranqüilidade, fazerem tudo que ele [Alves] pedir, que vai dar tudo certo. Eu estou bem, ele está me tratando bem, está todo mundo calmo, agora a situação está sob controle´´. Logo após essa entrevista, a polícia afirmou que a imprensa atrapalhou as negociações.
Segundo o coronel Eduardo Félix, do Batalhão de Choque da PM, a polícia já havia fechado acordo com o rapaz para libertar a ex-namorada, quando a TV conseguiu falar com ele. Depois, ao retomar as negociações, o rapaz mudou de idéia, disse o coronel: ´Ele virou ´vedete´, rompeu acordo e disse que só ia liberar [a refém] no tempo dele´´.
Fonte: Diário do Nordeste16/10/2008
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José Maria Alves - Editor Geral